QUANDO O INTERIOR E O EXTERIOR NÃO SE ALINHAM

Todos nós temos um mundo interior formado de diferentes partes do nosso homem interior: coração, alma, mente, espírito, vontade, intelecto e emoções. É a vida que continua dentro de nós: pensamentos, sensações, atitudes, sentimentos e opiniões. E onde os sonhos são gerados e onde sofremos os fracassos, o lugar onde os processos complexos são postos em movimento, e as decisões da vida são contempladas. Aqui também encontramos as emoções conflitantes de amor e ódio, de afeição e desafeição, de atração e repugnância. Nosso mundo interior é onde vivemos a existência diária. Algumas pessoas são consideradas abertas porque não têm medo de mostrar seus pensamentos e senti¬mentos para os outros. Outras são consideradas fechadas, sentindo-se ansiosas quando as pessoas se tornam muito íntimas. Independente do quão disposta a pessoa seja para falar de seus sentimentos, a verdade é que ela nunca permitirá completamente que o outro conheça intimamente a parte mais profunda de seu interior. Este é um lugar extremamente privado, um santuário interno - um santo dos santos, por assim dizer.
A vida exterior está em contraste com o mundo interior. E a maneira como falamos e agimos na frente das outras pessoas. Todos temos uma imagem que tentamos manter - o modo como queremos que as pessoas nos vejam. Uma pessoa pode querer ser vista como intelectual e culta. Outra pode querer mostrar-se dura, enquanto outra ainda poderá querer ser vista como meiga. As impressões que desejamos projetar são tecidas em tudo o que dizemos e fazemos na presença dos outros.
A tendência de nos projetarmos da maneira que queremos que outros nos vejam também se transfere para a vida espiritual, na qual encontramos a tentação irresistível de nos fazer aparecer em uma luz favorável. Se somos cristãos cercados por outros cristãos, tendemos a nos projetar como "espirituais". Por quê? Nos círculos cristãos, parecer "espiritual" é o que leva os outros a nos admirarem e nos respeitarem. Admitir culpa, derrota ou (horror dos horrores) pecado flagrante, seria admitir ser um fracasso no cristianismo.
Uma vez que Jesus compreendia os temores contra os quais as pessoas lutavam dentro de si, certa ocasião, Ele abordou especi¬ficamente essa questão. Voltando-se aos Seus seguidores mais íntimos, Ele lhes deu essa séria advertência:

Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido. Porquanto tudo o que em trevas dissestes à luz será ouvido; e o que falastes ao ouvido no gabinete sobre os telhados será apregoado. E digo-vos, amigos meus: não temais os que matam o corpo e depois não têm mais o que fazer. Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei. Lucas 12.2-5

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