Maledicência
“Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã” (Tg 1.26).
O cristão que deixa de refrear a sua língua engana o seu próprio coração, perdendo a autenticidade de sua espiritualidade.
A espiritualidade do individuo e a da comunidade cristã não se mede pela intensidade das praticas devocionais. Não é pelo tempo gasto com oração, jejuns, leitura de livros ou mesmo da Bíblia. Nem mesmo o conhecimento das Escrituras é capaz de mostrar nossa estatura espiritual. Além destas praticas devocionais, a espiritualidade é evidenciada e validada por uma linguagem sadia e ponderada, cheia de ternura. Como diz Paulo, uma linguagem “agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um” (Cl 4.6; Cl 3.16).
O que é maledicência? Maledicência é difamação de alguém, é falar mal de alguém, é o resultado de um comentário maldoso e injurioso – postura condenada por Tiago (Tg 4.11). Vale registrar o que disse o comentarista William Hendriksen, afirmando que “o Cristianismo não é uma religião do mero “não fazer” e os crentes não devem se contentar em ser meros zeros. Em lugar disso, devem imitar o exemplo de seu Mestre, cujas palavras eram tão cheias de graça, que as multidões se maravilhavam (Lc 4.22)”.
Toda a pratica religiosa cai por terra com a prática da maledicência. Tiago detecta a incoerência de uma linguagem (religiosa) que bendiz a Deus, mas amaldiçoa os homens – criados à semelhança de Deus (Tg 3.9). Não adianta ser membro assíduo de uma igreja, freqüentar os cultos, ser um dizimista fiel, cantar no “louvor” da igreja. Tudo isso perde o valor e o sentido se não conseguimos refrear nossa língua quanto a maledicência (Tg 3.10).
Por que será que Deus proibiu a maledicência? Certamente porque ele sabe dos prejuízos que ela pode causar na vida de um indivíduo, de um povo ou de uma família. É bom lembrar que, quando nosso Senhor interpreta a lei, ele introduz um novo conceito de “não matarás”. Podemos trazer a morte ao nosso próximo, apenas com o mal uso de nossa língua. Tomemos cuidado, pois a maledicência mata.
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